Sobre Bioindicadores e Biomonitoramento ...!

15-09-2011 09:56

 

 

 

SOBRE BIOINDICADORES & BIOMONITORAMENTO DE ATIVIDADES ANTRÓPICAS

 

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TANIWAKI & SMITH (2011: 7-8) (sic): "... Os organismos que habitam os ecossistemas aquáticos apresentam diversas adaptações evolutivas eo umas mais tolerantes e outras intolerantes aos diversos tipos de impactos ambientais. Portanto, é importante compreender o comportamento  limites de tolerância a determinadas condições ambientais. Estes limites de tolerância variam de espécie para espécie, sendo umas mais tolerantes e outras intolerantes aos diversos tipos de impactos ambientais. Portanto, é importante compreender o comportamento das espécies na sua seleção de hábitats, sua interação com as outras espécies e a tolerância de cada população às variações físicas e químicas do ambiente."

"... Os organismos mais comumente utilizados para avaliar impactos ambientais em ambientes aquáticos são os macroinvertebrados bentônicos, peixes e a comunidade perifítica, e dentre estes grupos, as comunidades de macroinvertebrados bentônicos têm sido utilizada constantemente para a avaliação de impactos ambientais e monitoramento biológico. Macroinvertebrados bentônicos são organismos que habitam o fundo de ecossistemas aquáticos durante total ou parcial tempo de seu ciclo de vida, associado aos mais diversos tipos de substratos, tanto orgânicos como inorgânicos.

"... Os macroinvertebrados bentônicos são eficientes para o monitoramento e evaliação de impactos ambientais e atividades antrópicas em ecossistemas aquáticos continentais, porque apresentam uma grande diversidade de espécies, sendo encontrados em quase todos os tipos de habitats de água doce, sob diferentes condições ambientais, além de serem relativamente sésseis. A análise biológica dos macroinvertebrados aquáticos como indicadores da qualidade da água, tem sido realizada durante quase um século e atualmente fazem parte de programas de monitoramento na Europa, América do Norte, Austrália e Brasil. A composição qualitativa e quantitativa da fauna bentônica é um bom indicador das condições tróficas e do grau de poluição dos rios e lagos porque existem organismos, como Chironomus, que resistem a baixas concentrações de oxigênio dissolvido.

"... O uso de bioindicadores é também sustentado pela legislação dos Recursos Hídricos (Lei 9433/97, que institui a Política Nacional de Recursos Hídricos e cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos), tendo como um de seus preceitos "considerar que a saúde e o bem estar humanos, bem como o equilíbrio ecológico aquático, não devem ser afetados como consequência da deterioração da qualidade das águas", justificando a necessidade da avaliação das comunidades biológicas para a manutenção da integridade dos ecossistemas aquáticos."

 

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Para maiores informações consulte ainda:

https://www.conchasbrasil.org.br/curiosidades/default.asp?recid=8

https://www.epa.gov/bioiweb1/pdf/EPA-260-R-08-015AnIntroductiontoFreshwaterMusselsasBioindicators.pdf

 

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Um recente exemplo no âmbito malacológico:

 

Conforme BUCKUP (2011) na ordem dos Veneroida, a família SPHAERIIDAE também apresenta alto grau de endemismo; as espécies são exclusivamente bentônicas e boas indicadoras ambientais. A família é carente de revisão taxonômica (Simone 2006, Mansur & Pereira 2006, Mansur et al 2008). Pouco se conhece sobre a diversidade deste grupo no Estado do Rio Grande do Sul, RS, e espécies novas ainda estão sendo descritas (Mansur et al 2008).

 

 

 Referências:

 

+ BUCKUP, G.B. (Coord.) 2011. Invertebrados terrestres e límnicos. In: Fronteiras da Biodiversidade 2011: Reunir, Organizar e Informar. Porto Alegre, RS: UFRGS. Disponível em: https://www.ecologia.ufrgs.br/biofronteiras/invertebrados.htm

 

+ MANSUR, M.C.D.; MEIER-BROOK, C. & ITUARTE, C. 2008. A new species of Sphaerium Scopoli, 1777, from southern Brazil (Bivalvia: Sphaeriidae)**. The Nautilus, 122(4): 228-235. Disponível em: https://www.shellmuseum.org/nautilus/nautilus_contents_122.html

 

+ MANSUR, M.C.D. & PEREIRA, D. 2006. Limnic bivalves of the Sinos river basin, Rio Grande do Sul, Brazil (Bivalvia, Unionoida, Veneroida And Mytiloida). Revista Brasileira de Zoologia, Curitiba, 23(4): 1123-1147. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/rbzool/v23n4/21.pdf

 

+ SIMONE, L.R.L. Land and freshwater molluscs of Brazil. São Paulo: FAPESP, 2006, 390 p.

 

+ TANIWAKI, R.H. & SMITH, W.S. 2011. Utilização de macroinvertebrados bentônicos no biomonitoramento de atividades antrópicas na bacia de drenagem do Reservatório de Itupararanga, Votorantim - SP, Brasil. Journal of the Health Sciences Institute, São Paulo, 29(1): 7-10.

 

** Conforme MANSUR et al (2008: 228) (sic): "... está é a 5ta. espécie do gênero Sphaerium descrita para América do Sul é a 1ra. espécie do gênero descrita para o Sul do Brasil, em terras altas perto do Oceano Atlântico, um local geograficamente muito distante da Cordilheira dos Andes e do Rio Amazonas."

 

 

Consta todavia na literatura disponível (Froehlich s/d) o seguinte (sic): “... o conhecimento da fauna de moluscos de água doce da América do Sul é limitado, sendo que muitos trabalhos apresentam somente descrições de espécies ou listas faunísticas, resultando em padrões sistemáticos obscuros ( a sistemática dos moluscos é grandemente baseada na concha ; particularmente a dos moluscos de água doce é provida de estrutura conservativa, pelo que espécies diferentes apresentam-se algumas vezes muito similares, com conchas indistinguíveis ), situação que impede a pesquisa destes animais devido à dificuldade de identificação. Ainda, espécies largamente distribuídas podem apresentar diferenças em suas conchas, talvez como resposta a diferentes condições ambientais, tendo sido descritas como diferentes espécies que em muitos casos não foram suportadas por um estudo da morfologia das partes moles ...”.

 

Referência:

 

+ FROEHLICH, C.G. (Coord.). s/d. Levantamento da fauna e aspectos da biologia de macro invertebrados de água doce dos principais mananciais do Estado de São Paulo, com ênfase aos Bivalvia, Insecta (Plecoptera, Trichoptera e Diptera) e Crustacea (Decapoda). São Paulo, SP: FAPESP. Disponível em: https://www.geocities.ws/ffclrpusp/