Primeiro registro do caracol exótico invasor europeu Helix (Cornu) aspersa Müller, 1774 em Fraiburgo, Planalto Catarinense, SC ...!
PRIMEIRO REGISTRO DO CARACOL EXÓTICO INVASOR EUROPEU
HELIX (CORNU) ASPERSA MÜLLER, 1774
EM FRAIBURGO, PLANALTO CATARINENSE, SC
A. Ignacio Agudo-Padrón
Projeto “Avulsos Malacológicos - AM”, Caixa Postal 010, 88010-970 Centro, Florianópolis, Santa Catarina, SC, Brasil.
ignacioagudo@gmail.com ; https://www.malacologia.com.br
Figura 1.- Localização do Município de Fraiburgo (cor vermelho) no contexto geográfico do Estado de Santa Catarina/ SC
Dando continuidade aos estudos sobre a biodiversidade de moluscos continentais ocorrentes no território geográfico do Estado de Santa Catarina/ SC, porção central da região Sul do Brasil, em data 18/05/2013 a presença do caracol exótico invasor europeu comestível Helix (Cornu) aspersa Müller, 1774, popularmente conhecido no âmbito culinário como “escargot francês”, foi detectada pela primeira vez por nós em fundos de quintais e hortas caseiras localizadas em residências da cidade de Fraiburgo, no Município do mesmo nome (Fig. 1), assentamento urbano localizado no Planalto Catarinense.
Prévio a este registro, focos de ocorrência da espécie foram documentados entre os anos de 2001 e 2002 na cidade de Lages, na seção Sul do Planalto Central do Estado (Agudo & Bleicker 2006: 7; Agudo-Padrón 2007: 7; Agudo-Padrón 2008: 164; Agudo-Padrón 2011: 55-Fig. 10).
Um total de 43 espécimes (27 conchas + 16 animais vivos) foram aleatoriamente recolhidos e examinados. A maturidade reprodutiva foi estabelecida através do visível desenvolvimento “curvado” da borda ou lábio externo da concha, conhecido como “debrum” (Agudo-Padrón 2007: 7). Avaliados com auxílio de paquímetro, obtiveram-se os dados merísticos apresentados na Tabela 1.
O recorde regional de diâmetro conquiliométrico preestabelecido para o Sul do Brasil em geral (Cachoeirinha, RS) continua sendo de 39,0 mm < https://noticias-malacologicas-am.webnode.pt/news/helix-cornu-aspersa-no-rio-grande-do-sul-rs-novo-record-conquiliologico-/ >; porém, Fraiburgo/ SC supera a máxima leitura obtida previamente para Lages/ SC (Agudo-Padrón 2007: 7), reportando uma talha máxima de 36,5 mm, assim como predomínio de indivíduos plenamente desenvolvidos (reprodutores) na faixa compreendida entre os 31,0 e os 32,0 mm – particular destaque numérico na casa dos 31,0 mm (Tabela 1).
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Tabela 1. Conquiliometria e grau de maturidade reprodutiva apresentada por amostra silvestre de 43 espécimes Helix aspersa Müller, 1774 aleatoriamente obtidos em “Fraiburgo”, SC, no dia 18 de Maio (Outono) de 2013.
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Medidas expressas No. de indivíduos Debrum Debrum
em milímetros contabilizados desenvolvido ausente
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20,5 1 x
22,0 2 x
23,0 1 x
26,0 1 x
26,5 1 x
28,0 1 x
29,5 2 x
30,0 2 x x -1
30,5 2 x
31,0 7 x
31,5 5 x x -1
32,0 5 x
32,5 1 x
33,0 2 x
33,5 3 x
34,0 4 x
36,0 1 x
36,5 1 x
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AGUDO, A.I. & BLEICKER, M.S. 2006. Moluscos exóticos no Estado de Santa Catarina. Informativo SBMa, 37(157): 6-8.
AGUDO-PADRÓN, A.I. 2007. Malacofauna “urbana” do Bairro Vila Regina, Cachoeirinha, região metropolitana de Porto Alegre, RS, Brasil, com especial ênfase em Helix (Cornu) aspersa Müller, 1774. Informativo SBMa, 38(162): 6-8.
AGUDO-PADRÓN, A.I. 2008. Listagem sistemática dos moluscos continentais ocorrentes no Estado de Santa Catarina, Brasil (Systematic list of freshwater and land molluscs of Santa Catarina State, Brazil). Comunicaciones de la Sociedad Malacológica del Uruguay, 9(91): 147-179. Available online at: https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=52412049003
AGUDO-PADRÓN, A.I. 2009. Malacofauna “urbana” do Bairro Vila Regina, Cachoeirinha, região metropolitana de Porto Alegre, RS, Brasil, com especial ênfase no Helix (Cornu) aspersa Müller, 1774. II. Novos registros. Informativo SBMa, 40(168): 3-5. Disponível em: https://sbmalacologia.com.br/wp-content/uploads/2010/09/Info-40-1681.pdf
AGUDO-PADRÓN, A.I. 2011. Exotic molluscs in Santa Catarina’s State, Southern Brazil region (Mollusca, Gastropoda et Bivalvia): check list and regional spatial distribution knowledge. Biodiversity Journal, 2(2): 53-58. Available online at: https://www.biodiversityjournal.com/pdf/2_53-58.pdf
