Pérolas de água doce naturais no Brasil e seus produtores ! ...
PÉROLAS NATURAIS DE ÁGUA DOCE NO BRASIL
Grande número de moluscos, sejam bivalves ou gastrópodes, possui, forrando a parte interna da concha, uma camada segregada pelo manto do animal que, quando exposta à luz, é iridescente, chamada nácar ou madrepérola, sendo que o molusco que a possui pode ser denominado nacarífero. Acontece ainda que são as conchas nacaríferas dos bivalves suscetíveis de produzirem pérolas, e daí a importância de tais moluscos, que chegam a ser cultivados para estes fins (Santos 1955: 62-73; Santos 1982: 68-79; Oliveira & Almeida 2000: 11; Coltro 2001: 55).
As pérolas, sejam naturais ou cultivadas, são o particular resultado da "secreção doentia de nácar" (produto protetor) de moluscos bivalves, principalmente, em virtude de reação orgânica natural do animal a qualquer objeto estranho que penetre entre o manto e a concha ... se um grão de areia ou um parasita se introduz entre a valva e o manto, este, logo, excitado, começa a secretar sucessivas camadas externas de nácar que progressivamente vão envolvendo o corpo que ali se introduziu, ficando assim emparedado e formando o que conhecemos sob o nome de pérola, que pode apresentar diversas categorias (Santos 1955: 65; Santos 1982: 71; Oliveira & Oliveira 1999: 184-185), conforme o seu grau de perfeição.
Ao contrário do que muita gente pensa, as pérolas valiosas não vem das populares Ostras, "Crassostrea spp", e sim de conchas marinhas da família Pteriidae - "Pinctada spp", principalmente, fato este que já até ocasionou, em tempos históricos, situações antrôpicas geradoras de severos e marcados detrimentos ao meio ambiente natural em conseqüência da sua exploração desmedida (Romero et al 1999; Romero 2003); entretanto, pérolas de água doce que são produzidas por diversas espécies de bivalves "naiades" também são comercializáveis (Coltro 2001: 55).
Para conhecer ainda mais sobre a história natural e cultural das pérolas e dos moluscos que as produzem visite:
https://www.conchasbrasil.org.br/materias/perolas/default.asp
Referências:
+ COLTRO, M.V. 2001. Bivalves. Revista "Colecione", São Paulo, Ano I, no. 6, pp. 55-57.
+ OLIVEIRA, M.P. de & ALMEIDA, M.N. de. O "porquê" do conhecimento dos Moluscos, pp. 9-11. In: Malacologia. Juiz de Fora, MG: Editar Editora Associada, 2000, 216 p.
+ OLIVEIRA, M.P. de & OLIVEIRA, M.H.R. de. Dicionário Conquílio Malacológico. Juiz de Fora, MG: Editora da UFJF, 2da. Edição, 1999, 260 p.
+ ROMERO, A. 2003. Death and taxes: the case of the depletion of pearl oyster beds in sixteenth-century Venezuela. Conservation Biology, 17(4): 1013-1023.
+ ROMERO, A.; CHILBERT, S. & EISENHART, M.G. 1999. Cubagua's pearl-oyster beds: the first depletion of a natural resource caused by Europeans in the American continent. Journal of Political Ecology, 6 : 57-78. Available online at:
+ SANTOS, E. Os Moluscos ( Vida e Costumes ). Rio de Janeiro, RJ: F. Briguiet & Cia., 1955, 135 p.
+ SANTOS, E. Moluscos do Brasil ( Vida e Costumes ). Belo Horizonte, MG: Editora Itatiaia Limitada, Coleção Zoologica Brasílica, Vol. 7, 1982, 142 p.
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Conforme previamente expresso, pérolas de água doce (que são produzidas por diversas espécies de bivalves "náiade", particularmente algumas das espécies ocorrentes no Brasil), também são comercializáveis:
https://malaconet.br.tripod.com/bivalves.htm
Fonte:
https://www.conchasbrasil.org.br/conquiliologia/descricao.asp?id=383
Contemporâneamente, nestes últimos anos vêm se falando de "pérolas naturais de água doce no Brasil" desde pelo menos o último trimestre do ano de 2002 (Globo Rural - Dezembro 2002), referenciando as bacias hidrográficas fluviais localizadas no Estado do Pará - PA, específicamente o Rio Tocantins. A descoberta de formações rupestres coloridas dentro de certos moluscos bivalves (ostras fluviais !) coletadas como principal meio de sobrevivência por centenas de pescadores e ribeirinhos que vivem as margens do Tocantins, bacia fluvial localizada no Estado do Pará - PA, na região Norte do Brasil, é um indício forte de que na localidade existem bivalves que podem produzir pérolas de água doce, segundo pesquisadores da Universidade Federal do Pará:
https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0370-44672002000100012&script=sci_arttext
https://www.scientificcircle.com/pt/49646/ocorrencia-ostras-perliferas-marajo-rio/
https://agenciabrasil.ebc.com.br/node/593916
https://www.geotrack.com.br/pnov077.htm
Fonte:
https://www.conchasbrasil.org.br/conquiliologia/descricao.asp?id=2288
Fonte:
https://www.conchasbrasil.org.br/conquiliologia/descricao.asp?id=816
Para um conhecimento "introdutório" destas espécies potenciais produtoras de "pérolas de água doce" ocorrentes no Norte do Brasil consulte, entre outras, as seguintes referências :
+ MANSUR, M.C.D. & VALER, R.M. 1992. Moluscos bivalves do Rio Uraricoera e Rio Branco, Roraima, Brasil. Amazoniana, 12(1): 85-100.
+ https://www.biotaneotropica.org.br/v9n3/pt/fullpaper?bn00609032009+pt
Outras informações disponíveis "online" relativas ao tema são as seguintes:
https://www.ubaweb.com/revista/g_mascara.php?grc=13320
https://www.usp.br/agen/repgs/2006/pags/225.htm
https://www.joias.tv.br/2007120784/Perolas/particularidades-das-plas-de-a-doce.html
https://www.manualidadesybellasartes.com/portugues/tiposperolas.html