Pragas de caramujos límnicos em campos e lavouras rizicultoras ! ...

16-03-2011 15:17

  Avulsos Malacológicos - AM - Florianópolis, Brazil

CARAMUJOS LÍMNICOS COMO PRAGAS EM CAMPOS E LAVOURAS RIZICULTORAS

 

 

               Considerados uma "praga secundária", os caramujos nativos Pomacea canaliculata (Lamarck, 1819), representantes da Família AMPULLARIIDAE, invadem as lavouras de arroz pré-germinado por meio da água de irrigação e permanecem vários dias em condições de alimentação reduzida. Com a semeadura do arroz, passam alimentar-se de plântulas, durante o dia e a noite, causando danos significativos à cultura. Tornam-se mais vorazes quando atingem de 15 a 30 mm de diâmetro. A praga normalmente atinge elevada densidade populacional, tendo sido verificado que três caramujos por m2, ao atacarem sementes de arroz pré-germinado, podem causar danos superiores a 90%, em apenas dois dias. A ocorrência na lavoura é mais acentuada nos canais de irrigação, entradas de águas, nas passagens de água de um tabuleiro a outro, e também em pontos correspondentes a depressões do solo, onde há maior acúmulo de água na fase de implantação da cultura.

               As seguintes medidas podem ser empregadas para "reduzir" os danos causados por caramujos:

a) coleta e destruição de posturas (*);

b) limpeza e drenagem dos canais de irrigação;

c) preparo do solo nas quadras com enxadas rotativas - baixa rotação;

d) drenagem dos tabuleiros durante o período de germinação e crescimento das plântulas;

e) colocação de telas nos canais de irrigação, nos pontos de entrada de água na lavoura;

f) implantação de "poleiros" nas lavouras para facilitar a mobilização do "Gavião-caramujeiro" (predador específico de caramujos), assim como incentivar a presença do "Carão" (ave paludícola predadora de caramujos).

 

 

 

(*) A oviposição é feita em pontos não submersos, em caules ou folhas de plantas, moirões e troncos de árvores. Os ovos ficam aglutinados e aderidos por meio de um líquido transparente gelatinoso expelido pela fêmea. A postura é similar a um cacho de uva, vulgarmente chamada de "ovo de sapo". No mês de Maio cessam a oviposição, reiniciando em Agosto ...

 

Importante ressaltar que, até o momento, não há produtos químicos registrados para o controle de caramujos, portanto, este método não é recomendado, de jeito nenhum.

 

Outras informações de valor encontram-se disponíveis nos seguintes links:

 

https://www.pragasarroz.xpg.com.br/ArrozCaramujo.htm 

https://www.conchasbrasil.org.br/materias/pragas/visaogeral/default.asp

https://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Arroz/ArrozIrrigadoBrasil/cap13.htm

https://www.bdtd.ufscar.br/htdocs/tedeSimplificado//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=2459

https://www.pragasarroz.xpg.com.br/ArrozPragas.htm  

 

Foto: A nossa

 

 

 

 Construir pequenos canais para confinar os caramujos: durante a última gradagem, construir tiras profundas (pelo menos 25 cm de largura e 5 cm de profundidade) nos arrozais, puxando um saco contendo um objeto pesado. Fornecer 10 - 15 m de distância entre as tiras. Da mesma forma, construir pequenos canais (25 cm de largura e 5 cm de profundidade) ao longo das bordas dos arrozais.


 

Coloque uma tela de arame ou de tecido de bambu na entrada da água de irrigação e de saída para evitar a entrada de filhotes e adultos. Isso também facilita a coleta manual de caramujos. Coloque estacas de bambu em áreas dos arrozais ou perto dos canais para atrair adultos para a postura de ovos. Isso faz com que coleta e esmagamento das massas de ovos seja mais fácil.

 

 

Se os caramujos são um grande problema, transplante mudas de 25-30 dias de idade, de variedades de maturação precoce. Nas áreas de arroz de terras altas montanhosas, usar mudas de 30-35 dias de idade, de variedades de maturação tardia. Manter baixo o nível da água nas quadras (2-3 cm), a partir de 3 dias após o transplante. Drene o campo ocasionalmente para limitar a mobilidade e atividade alimentar dos caramujos.


 

Finalmente, recolha e cozinhe bem os caramujos para seu consumo, ou esmage os mesmos e alimente com eles patos e porcos. A coleção é mais fácil usando atrativos, tais como folhas de plantas como mamão. Use atrativos tais como folhas de Gabi (Colocasia esculenta), banana (Musa paradisiaca L.), mamão (Carica papaya L.), flor trombeta, e até jornais velhos para facilitar a coleta de caramujos nos canais previamente coletados.

 

 

 

REFERÊNCIAS: 

 

+ AGUDO-PADRÓN, A.I.; OLIVEIRA, J.V. de & FREITAS, T.F.S. de. 2008. Ocorrência de moluscos em lavouras de arroz irrigado do Estado do Rio Grande do Sul - RS, Brasil. I. Levantamento preliminar e avaliação do seu impacto regional como pragas agrícolas. Cachoeirinha, RS: IRGA/ ULBRA/ Projeto “Avulsos Malacológicos”, Relatório técnico interno, 13 p.

 

+ AGUDO-PADRÓN, A. I.; OLIVEIRA, J.V. de & FREITAS, T.F.S. de. 2009. Mollusc fauna of Municipal District of "Cachoeirinha", Metropolitan area of Porto Alegre, RS, Southernmost Brazil: preliminary rising, environmental importance and local impacts in the agricultural economy and the public health. VISAYA Net, Cebú - Filipinas (April 20, 2009): 1-8. Available online at:  https://www.conchology.be/?t=41

 

+ AGUDO-PADRÓN, A. I.; OLIVEIRA, J. V. de & FREITAS, T. F. S. de. 2010. Ocorrência de moluscos em culturas de arroz irrigado (Oryza sativa L.) no Rio Grande do Sul, RS, Brasil. Informativo SBMa, Rio de Janeiro, 41(172): 9-13. Disponível em: https://issuu.com/sbmalaco/docs/informativo-41-172-30_06_10?mode=window&backgroundColor=%23222222

 

 

 

 

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