Presença confirmada do mexilhão-dourado, Limnoperna fortunei (Dunker, 1857), em Uruguaiana, Bacia Média do Río Uruguai, RS ...!
PRESENÇA DO MEXILHÃO-DOURADO,
Limnoperna fortunei (DUNKER, 1857),
CONFIRMADA EM
"URUGUAIANA",
BACIA MÉDIA DO RIO URUGUAI,
RIO GRANDE DO SUL/ RS
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PRESENÇA DO MEXILHÃO DOURADO,
Limnoperna fortunei (DUNKER, 1857),
NA BACIA DO RIO URUGUAI, URUGUAIANA, RS.
https://eventos.unipampa.edu.br/anais-siepe/iv-siepe/art2306.html
Autores: [A]IARA TEREZINHA GARCIA MÜLLER (iaragmuller@gmail.com ); [1]Rita C. Gomes Galarça (ritagalarca@yahoo.com.br) ; [2]Thiago S. Gralha (nao.consta@unipampa.edu.br); [3]----- (nao.consta@unipampa.edu.br); [O]Marcus V. Morini Querol (mvmquerol@hotmail.com); [C]Edward F. C. Pessano (nao.consta@unipampa.edu.br)
Resumo:
O mexilhão-dourado, Limnoperna fortunei (Dunker, 1857), é um molusco bivalve nativo do continente asiático, formando densas colônias acumulativas incrustantes. No Brasil se instalou em rios e lagos do Rio Grande do Sul, onde se disseminou e passou a competir com espécies nativas, alterando o ecossistema e levando ao declínio populacional de alguns moluscos nativos. O objetivo deste estudo foi verificar a presença de Mexilhão dourado no município de Uruguaiana, fronteira oeste do RS. Até o momento, o registro mais próximo do mexilhão dourado foi no município de Barra do Quaraí, RS. A pesquisa foi realizada às margens do rio Uruguai, em uma área de 54.400 m² demarcada entre os pontos: saída de embarcações do Iate Clube Tamandaré (S 29° 45’ 00.7”, WO 57° 05’ 33.1”) e pilares da Ponte Internacional Getúlio Vargas-Agustín Pedro Justo (S 29° 44’ 50.9”, WO 57° 05’ 20.5”) no período de maio a junho de 2012. Foram coletadas amostras, em 11 pontos no transcorrer dessa área a cada 40 m. Em todos os pontos foram encontrados conchas do molusco encrustada a rocha basáltica. As amostras foram coletas em período com baixo volume hídrico do rio Uruguai, a 128 metros de margem, permitindo a visualização das conchas fixadas em afloramentos basálticos e substrato do leito, não havendo vegetação flutuante nem rasteira, visto que se trata de um ponto onde não há mata ciliar e faz parte do perímetro urbano. Concluiu-se que existe uma população de mexilhão-dourado estabelecida no leito do rio Uruguai, no município de Uruguaiana, que pode estar modificando esta importante área na bacia do rio Uruguai.
Palavras-chave: Macroinvertebrados, espécie invasora, bivalve
Vinculo Institucional: [A]Acadêmica; [1]Vínculo não informado; [2]Vínculo não informado; [3]Vínculo não informado; [O]Professor do curso de Aquicultura; [C]TAE do NUPILABRO
Referência:
+ GALARÇA, R.C.G.; MÜLLER, I.T.G.; PESSANO, E.F.C. ; GRALHA, T.S. & QUEROL, M.V.M. 2012. Ocorrência de mexilhão dourado, Limnoperna fortunei (Dunker, 1857), em Uruguaiana, bacia do rio Uruguai, Pampa Brasileiro.. In: III Seminário sobre Estudos Limnológicos em Clima Subtropical, 2012, Santa Maria- RS. III SELCS, 2012. v. 1. < https://www.ufsm.br/selcs2012 >.
ANTECEDENTES REFERENCIAIS:
+ LIMA, L.L. de; QUEROL, E. & OLIVEIRA, E.V. 2008. Ocorrência de Limnoperna fortunei (Dunker, 1857) (MOLLUSCA, MYTILIDAE) no Rio Quaraí, Rio Grande do Sul, Brasil. Biodiversidade Pampeana, Uruguaiana, 6(1): 50-52. Disponível em: https://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/biodiversidadepampeana/article/viewFile/3844/2919
+ SANTOS, S.B. dos et al. 2012. Espécies de moluscos límnicos invasores no Brasil, pp. 25-49. In: MANSUR, M.C.D.; SANTOS, C.P. dos; PEREIRA, D.; PAZ, I.C.P.; ZURITA, M.L.L.; RODRÍGUEZ, M.T.R.; NEHRKE, M.V. & BERGONCI, P.E.A. (Orgs.). Moluscos límnicos invasores no Brasil: biologia, prevenção e controle. Porto Alegre, RS: Redes Editora, 2012, 412 p. Disponível em: https://www.academia.edu/180753
OUTRAS INFORMAÇÕES DE INTERESSE
Controle do mexilhão-dourado em sistemas de geração de energia
Um método que comprovou-se eficaz e seguro do ponto de vista ambiental é o que foi implementado em unidade geradora de energia elétrica no extremo oeste do Rio Paranapanema. A infestação do Limnoperna fortunei tem sua ação nos dutos de condução de água destinada a refrigeração dos eixos das turbinas. As larvas fixam-se nas paredes interiores e ao prosperarem aumentam seu volume, diminuindo assim o diâmetro da tubulação e consequentemente a vazão de água destinada a troca de calor, que sendo insuficiente pode causar pane no sistema de geração.
Neste caso, após estudos que envolveram profissionais das áreas de meio ambiente, segurança e indústria química, optou-se pela aplicação de cloro gás. Para tanto, foram observados aspectos relativos ao volume de água a ser tratada e qual o seria, caso houvesse, o impacto ambiental. Esses estudos indicaram que os valores de aplicação cloro necessários à eliminação das larvas são menores aos verificados no tratamento de água para consumo humano.
Outra constatação importante, é que ao contrário dos sistemas de tratamento convencionais para consumo humano, onde a dosagem é ininterrupta, o tempo de dosagem para eliminação das larvas é reduzido em 92%, podendo até ser interrompido em determinadas épocas do ano.
Outro aspecto importante em relação ao tratamento de água convencional, é a não aplicação de outros produtos necessários para o padrão de potabilidade, permitindo assim que a água bruta captada a montante conserve as mesmas características ao ser lançada à jusante. Do ponto de vista operacional, essa metodologia mostrou-se ser a mais indicada, pois tem suas ações baseadas em normas conhecidas e consolidadas do ponto de vista da segurança, saúde e meio ambiente. É também economicamente viável pelo baixo custo tanto da aquisição do produto, como pelos equipamentos envolvidos.
Procedimentos para o controle da dispersão
Ao contrário do que ocorre em usinas hidrelétricas e outros engenhos, "o controle do mexilhão-dourado em sistemas naturais é impossível com a tecnologia e os recursos hoje existentes". Por isso, é importante evitar a ocorrência de novas infestações.
Ao mesmo tempo, uma larva microscópica sozinha tem potencial para desencadear contaminação num local até então livre do invasor. Isso inviabiliza a fiscalização pelos órgãos competentes como forma de proteger os locais não contaminados.
É importante que todos os cidadãos tomem cuidado para não serem vetores de mexilhão dourado, especialmente navegantes, pescadores, aquicultores e usuários de irrigação. Lembre-se que qualquer manancial de água doce pode estar contaminado pelo mexilhão sem que isso seja visível.
Veja os cuidados:
- Monitorar a disponibilizar informações atualizadas sobre a área de ocorrência de Limnoperna fortunei nas regiões já infestadas;
- Verificar em barcos e motores, transportados por via terrestre, a presença de incrustação na parte externa dos mesmos, e retirar (... não devolver ao ambiente aquático ou galerias de drenagem os mexilhões retirados durante o processo de limpeza, descartá-los em terra !);
- Não transferir material oriundo de pesca dos rios de bacias reconhecidamente infestadas, ou de outros locais onde ocorra o mexilhão-dourado, para tanques de piscicultura, a fim de não contaminar os cultivos;
- Não transferir qualquer tipo de material oriundo dos rios de bacias reconhecidamente infestadas, ou de outro lugar onde o mexilhão dourado está presente, para rios e córregos onde o mexilhão não ocorra;
- Não descartar água de recipiente contendo iscas vivas nos corpos d’água ou galerias de drenagem, mas em terra;
- Estudar a possibilidade do uso de tintas antiincrustantes nas cisternas, reservatórios e cascos das embarcações que navegam em rios de bacias infestadas.
Importante:
- Não lavar embarcações próximo a mananciais hídricos, pois se estará transferindo a infestação para outros lugares.
- Não descartar água de cursos naturais na rede pluvial, pois eles sobrevivem !
- Não usar substâncias químicas tóxicas, pois isso afetará outros organismos e as águas subterrâneas.
- Manter os barcos limpos, livres de incrustações.
- Fazer vistorias freqüentes no casco da embarcação bem como partes que fiquem em contato com o ambiente.
- Revisar freqüentemente o motor e o sistema de refrigeração, já que o mexilhão-dourado pode se instalar ali.
- Não abandonar ao ar livre as conchas retiradas, colocá-las em sacos plásticos e descartar na coleta urbana de lixo.