Resumos VII Jornada de Iniciação Científica - Meio Ambiente - Moluscos, FZBRS 2011 ...!

03-09-2011 00:06

 

Avulsos Malacológicos - AM - Florianópolis, Brazil

RESUMOS MOLUSCOS

VII JORNADA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA - MEIO AMBIENTE

FZBRS / FEPAM

Porto Alegre, RS

Agosto 23 a 26 de 2011

 

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PALEO 003 / p. 97

SIGNIFICADO PALEOAMBIENTAL DE MOLUSCOS SUB-FÓSSEIS DA

PORÇÃO NORTE DA PLANÍCIE COSTEIRA DO

RIO GRANDE DO SUL, BRASIL

 

Matias do Nascimento Ritter 1, Fernando Erthal 2 e João Carlos Coimbra (orient.) 3

1 Centro de Estudos Costeiros, Limnológicos e Marinhos, IB/UFRGS ; 2 Programa de Pósgraduação em Geociências, UFRGS; 3 Departamento de Paleontologia e Estratigrafia, IG/UFRGS; mnritter@gmail.com ; joao.coimbra@ufrgs.br

 

Moluscos são comumente registrados em estudos relacionados à evolução geológica da Planície Costeira do Rio Grande do Sul (PCRS). Sua principal utilização, até o momento, tem sido a datação radiocarbônica e a relação de seu modo e ambiente de vida (marinho, mixohalino, epifaunal, infaunal) às condições ambientais pretéritas. Entretanto, a tafonomia pode maximizar a utilização de assembleias de moluscos. Tafonomia é definida como o estudo dos processos de fossilização de remanescentes biológicos e como tais eventos podem enviesar a informação contida no registro fóssil Enviesamento (bias) é qualquer processo que leva a uma diferença não aleatória entre uma condição mensurada em uma comunidade de organismos vivos e a mesma condição, se fosse medida em uma assembléia morta (potencial comunidade fóssil) derivada desta comunidade. Assinaturas tafonômicas são injúrias que ficam registradas nas conchas (ou qualquer parte mineralizada) enquanto elas estão na zona tafomicamente ativa, isto é, no intervalo físico abaixo da interface sedimento-água (incluindo essa interface), onde ocorrem os processos tafonômicos de ganho (e.g. incrustação) e de perda (e.g. dissolução) de material esquelético. O objetivo do presente estudo é verificar a utilização de assinaturas tafonômicas em moluscos como ferramenta de interpretação paleoambiental. O estudo realizou-se na porção norte da PCRS, em duas assembleias ricas em conchas de Erodona mactroides (Daudin). Foram analisadas, no total, 1000 conchas de E. mactroides, observando as seguintes assinaturas tafonômicas: tamanho, fragmentação, grau de fragmentação, grau de dissolução e incrustação. Todas as conchas estão desarticuladas, e o grau de fragmentação apresenta mediana igual a 15% de fragmentação. A injúria predominante, no estudo em tela, é a dissolução (~80% das conchas apresentam dissolução de ±70%). Em contrapartida, incrustação por organismos marinhos foi ausente em ambas as assembleias. A curva de distribuição de tamanho das conchas difere de uma curva normal (Teste de Kolmogorov- Smirnov, p<0,001), indicando que as assembleias sejam, possivelmente, parautóctones. A alta intensidade de dissolução verificada nas conchas e a ausência de incrustação de origem marinha, podem significar influência dulceaquícola, aos quais os depósitos foram expostos, provavelmente durante uma fase regressiva da PCRS (a partir de 3,25 ka), após o último máximo transgressivo holocênico (~5,1 ka).

 

(Apoio: CNPQ/PROPESQ-UFRGS)

 

 

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ZOO 005 / p. 113

MALACOFAUNA AQUÁTICA NA APA DO IBIRAPUITÃ: SUBSÍDIO PARA O

MONITORAMENTO E MANEJO DO BIOMA PAMPA

 

Angara Machado 1,2 & Sílvia Drügg-Hahn 1 (orient.)

1 Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul;

2 Universidade Luterana do Brasil; angara_m@hotmail.com ; silvia-hahn@fzb.rs.gov.br

 

A Área de Proteção Ambiental (APA) do Ibirapuitã, Unidade de Conservação de uso sustentável, administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), localiza-se no Bioma Pampa, representado no Brasil somente na metade sul do Rio Grande do Sul. Sua área abrange os municípios de Alegrete (15%), Quarai (12%), Rosário do Sul (16%) e Santana do Livramento (57%). Sendo a biodiversidade local pouco conhecida, este estudo tem como objetivo investigar a composição da comunidade de moluscos límnicos, visando a contribuir para o mapeamento de uso e cobertura do solo da APA, relacionando a sua variação com a disponibilidade hídrica existente e impactos advindos das atividades de pecuária e agricultura locais, para subsidiar futuras ações de conservação da qualidade da área. A malacofauna aquática está sendo investigada no rio Ibirapuitã e ecossistemas associados, em áreas dos limites norte e sul da APA, respectivamente, municípios de Alegrete e Santana do Livramento. Foi realizada uma saída a campo, de 21 a 26 de março de 2011, com amostragens qualitativas e quantitativas. Nas amostragens qualitativas foi usado, aleatoriamente, um puçá, coletados manualmente moluscos vivos, sobre e sob pedras, e conchas vazias. Nas amostragens quantitativas foram recolhidas macrófitas, para processamento em laboratório, considerando-se o número total de moluscos por espécie em 100 g de peso seco e usados amostradores artificiais, feitos com garrafas PET e buchas vegetais, que ficarão submersos e próximos do leito do rio, em diferentes locais, durante aproximadamente 60 dias, para obtenção de amostragens de organismos bentônicos, dos quais os moluscos são parte integrante. Quando retirados, em laboratório, passarão pelo processo de lavagem, triagem, contagem e respectivas identificações. Paralelamente, estão sendo registrados, em campo, com aparelhagem específica, fatores abióticos como: temperatura, condutividade elétrica, oxigênio dissolvido e pH da água. Constata-se, preliminarmente, que os ecossistemas da área apresentam grande diversidade de espécies. Resultados apontam a ocorrência de gastrópodes pertencentes a sete famílias: Ampullariidae, Planorbidae, Cochliopidae, Litoglyphidae, Ancylidae, Physidae e Lymnaeidae e bivalves representando quatro famílias: Hyriidae, Mycetopodidae, Sphaeriidae e Corbiculidae.

(Apoio: PIBIC-CNPq /Programas de Pesquisas Ecológicas de Longa Duração - PELDCNPq/ MCN-FZBRS)

 

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ZOO 012 / p. 120

MALACOFAUNA ASSOCIADA À SERAPILHEIRA EM UMA ÁREA DE ARENIZAÇÃO NO BIOMA PAMPA NO SUL DO BRASIL

 

Évelin Panizzutti 1,2 & Ingrid Heydrich 1 (orient.)

1 Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul;

2 Universidade Federal do Rio Grande do Sul; evy_panizzutti@hotmail.com ;

ingridh@fzb.rs.gov.br

 

O Bioma Pampa, no Brasil, só ocorre no Rio Grande do Sul e, apesar de sua grande extensão, é muito pouco estudado. Nesse bioma é comum o processo de arenização, fenômeno natural associado aos solos areníticos e desencadeado por processos erosivos de origem eólica e pluviométrica . Apesar da grande importância que atualmente se tem dado aos gastrópodes terrestres como indicadores de condições ambientais, grande parte da sua diversidade é desconhecida. Em especial, podemos citar os micromoluscos detritívoros da serapilheira que contribuem significativamente para a ciclagem de nutrientes. Com base no provável alto grau de endemismo e na rápida degradação de seu hábitat, é possível que inúmeras espécies estejam sendo extintas antes mesmo que sejam conhecidas. O objetivo do projeto é descrever a composição, riqueza e abundância da malacofauna associada à serapilheira em dois fragmentos de mata de encosta em uma área de arenização no Bioma Pampa, através de amostragens padronizadas. As amostras foram coletadas em um ano, nas quatro estações, em São Francisco de Assis, RS, sendo escolhidos dois fragmentos: um no cerro sul e um no cerro norte. Foram estabelecidos dois transectos de 45 metros em cada fragmento, de onde foram retiradas cinco amostras de serapilheira (25 X 25 cm) nas distâncias de 5 m, 15 m, 25 m, 35 m e 45 m da borda da mata. Em laboratório, as amostras foram peneiradas e triadas sob microscópio estereoscópico para a retirada dos micromoluscos. As conchas encontradas foram quantificadas e posteriormente identificadas até o nível taxonômico de família. Até o momento foram triadas apenas as amostras de inverno. Para o cerro sul, foram obtidos 796 exemplares pertencentes às famílias Bulimulidae, Charopidae, Chondrinidae, Euconulidae, Ferrussaciidae, Helicinidae, Odontostomidae, Streptaxidae, Systrophiidae e Valloniidae. Destas, Charopidae (298 ex.), Euconulidae (273) e Valloniidae (121) foram as mais abundantes. No cerro norte, foram registradas Euconulidae (19), Systrophiidae (6) e Valloniidae (4), totalizando 29 exemplares. Possivelmente a maior abundância e riqueza obtidas no cerro sul devem-se às condições ambientais como vegetação mais densa, maior quantidade de serapilheira e umidade mais alta.

(Apoio: PIBIC-CNPq)